Educação Infantil
Um respeito profundo às infâncias, assim, no plural, porque elas são múltiplas, diversas. O cuidar e o educar são indissociáveis, misturados em uma costura que busca a ética do cuidado, entendendo cada criança como um ser único e em desenvolvimento.
Inspiramo-nos nos cantos de trabalho propostos por Célestin Freinet, onde a vida pulsante conduz as propostas e os processos de aprendizagem. A realidade, cheia de detalhes e de possibilidades, é reconhecida como o chão de onde nascem experiências. A pedagogia do detalhe, proposta por Pikler, também aparece na nossa prática: é a valorização daquilo que está presente, das relações, do simples, do próximo, como começo para a construção do conhecimento mais profundo.
A ludicidade, o simbólico e o encantamento não se separam nesse processo. Não é um brincar recreativo, mas caminhos para a compreensão do mundo. Brincando, as crianças se descobrem, descobrem o outro e constroem hipóteses sobre o mundo ao seu redor.
Os projetos pedagógicos são um convite à investigação. Oportunidades para que as crianças questionem, planejem e construam conhecimento de forma crítica e colaborativa. São exercícios de autonomia e de emancipação. O adulto tem um papel fundamental, daquele que se prepara e se constrói educador, que tem formação para orientar, ser vínculo e margem que apresenta contornos e limites seguros, apresentar o mundo que se anuncia.
As experiências propostas abrem possibilidades lúdicas sobre o mundo, sobre si mesmo e sobre o papel de cada um na construção de uma sociedade mais justa e solidária. É a educação como prática de liberdade, como nos ensinava Paulo Freire, atuando na formação das crianças para serem sujeitos ativos e conscientes de sua história e de seu papel, desde a primeira infância.