
Galhos
Cantos de Trabalho
Na escola, um dos métodos de organização pedagógica para as aprendizagens que utilizamos são os "Cantos de Trabalho Diversificado", inspirados nos princípios de Freinet. Oferecemos às crianças e adolescentes, dentro das especificidades de cada segmento e das individualidades dos estudantes, um ambiente intencionalmente preparado, com materiais e propostas em diferentes áreas do conhecimento. Incentivar que o educando experimente sua potencialidade por meio do fazer concreto e das relações com os conhecimentos e com os sujeitos é o desafio que nos colocamos. Mais do que técnicas ou atividades, propomos um convite ao encontro com compreender a aprendizagem de um lugar único e com tempos próprios. Consideramos o erro como parte essencial do percurso formativo e estimulamos uma entrega autêntica. A proposta é que para além de se apropriarem dos conhecimentos já construídos previamente pela humanidade, os estudantes criem novos saberes e fortaleçam seu vínculo com o ambiente, com os colegas e com o próprio processo de descoberta. Propomos a construção do aprendizado como experiência coletiva e significativa, propiciando a autonomia.
Projetos
Os projetos funcionam como pretextos, são o fio condutor para trabalharmos os conteúdos de cada série previstos no Currículo em Movimento e na BNCC. É a partir deles que trabalhamos o currículo em movimento e os conteúdos da BNCC, garantindo que as atividades façam sentido, que tragam envolvimento e permitam que a vida entre na escola. Os projetos podem ser propostos pelos educadores ou trazidos a partir do interesse e curiosidade das crianças.
Aulas Complementares
Vocês já viram – e ouviram – uma marimba? Já tiveram a chance de se equilibrar em um pé só e levantar as mãos bem pro alto, como se fossem uma árvore? Já tentaram dar cambalhota, ou ficar de cabeça pra baixo em um tecido? São essas algumas das experiências que as aulas de música, yoga e consciência corporal trazem para as crianças da escola. Uma vez por semana todas as turmas têm essas aulas, e podem explorar essas e muitas outras vivências.
Material Coletivo
As canetinhas, giz de cera, lápis de cor, papéis ficam disponíveis nas salas para uso de todos, e as crianças aprendem que precisam cuidar daquilo que é coletivo, que é importante o olhar atento para o material que todos usufruem.
Planejamento Coletivo
As professoras ao sentarem na roda inicial, de antemão já levantaram as necessidades da turma, os objetivos da série, escreveram e reescreveram seus planos de aula para organizar o dia do grupo no qual são responsáveis. Ao reunir os estudantes com o papel em branco e uma caneta grossa em um círculo no tapete da sala, oferecem a eles um momento no qual juntos vão organizar a rotina de como seguirá o período na escola. Essa é um aspecto metodológico diário nesta escola, e quando optamos por esta prática estamos reafirmando nosso compromisso em uma Pedagogia para a emancipação dos sujeitos. Ao termos um momento no qual docente e discente juntos montam juntos a partir da necessidade de todos os envolvidos as linhas que serão traçadas no papel em branco e assim no dia daquele pequeno núcleo comunitário, todos se responsabilizam e compreendem que a história é construída a partir do agora e da participação coletiva.
Rodas de início e fim do dia
Na escola, a "roda" acontece diariamente e é um momento de encontro e construção de vínculo - um Kindezi, prática de origem bantu que entende a educação e o cuidado como responsabilidades compartilhadas. Nesse círculo, crianças, adolescentes e educadores sentam no chão sobre um tapete, se olham, dividindo o espaço e a palavra. Começamos e terminamos o dia reunidos em suas turmas: fazemos o levantamento de quem veio e quem faltou, marcamos o calendário, planejamos a rotina do dia, mas também contamos histórias, cantamos, ouvimos as vivências de cada um e fortalecemos os laços que sustentam o grupo.
Ela é um espaço pedagógico, um instrumento democrático e afetivo, onde cada sujeito se sente parte do coletivo. Nela, lidamos com os processos e conflitos de forma aberta, sincera e colaborativa. É momento de empatia, diálogo e compromisso com o grupo, assegurando que a escola seja uma comunidade de aprendizagens e afetos compartilhados. Ah, seu espaço é tão importante e assegurado, que nas emergências sérias ou celebrativas, ouvimos de longe um criança ou adulto convocando:
-RODA!!!!
Alimentação
Assim como o material, o lanche é também coletivo. Entendemos que compartilhar do mesmo alimento, sem distinção, é fundamental para construir vínculos, nos sentirmos em comunidade e termos a chance de experimentar novos e diferentes sabores. A escola oferece lanche todos os dias, e almoço para aquelas famílias que optarem. Uma comida simples e gostosa, que todos repartem.
Aula Passeio
Visitar o museu ou a universidade; pegar um ônibus para andar entre as quadras da cidade, ir ao encontro de estudantes de uma escola parceira; visitar um santuário indígena e aprender as brincadeiras, costumes e tradições; passear em um Parque Nacional ou conhecer o processo de uma fábrica em pleno funcionamento. São muitas possibilidades que as aulas-passeio podem nos oferecer, tudo dependerá do projeto que cada turma está seguindo e qual experiência fora da escola pode oferecer elementos para que as aprendizagens se tornem ainda mais significativas e concretas. Pesquisas, descobertas, construção do grupo, da autonomia, criação de novas memórias e aventuras são os desdobramentos dessa prática proposta por Freinet para ampliar as experiências e repertórios das crianças.
Quintal
“Meu quintal é maior que o mundo”, bem disse Manoel de Barros em um de seus poemas.
O quintal da Escola da Árvore é mesmo um universo,
e nele surgem as mais variadas histórias, brincadeiras, propostas e invenções.
Nosso quintal é mais que palco ou mero cenário onde a vida acontece:
esse espaço é parte da nossa intenção pedagógica.
Bolos de lama, rios cavados na areia do parque, piques e correria, árvores para as crianças subirem, frutas que convidam a esperarmos o tempo certo da colheita e depois nos deliciam.
Crianças com pranchetas em mãos fazem do quintal material de estudo, observando as paisagens para desenhos, pesquisando animais e plantas que encontram,
ouvindo a sabedoria da Vovó Ilka sobre chás e ervas.
É no quintal que piqueniques são feitos à sombra, que crianças de todas as idades brincam juntas, se conhecem e se misturam; que as rodas de dança se abrem, que tesouros são escondidos e procurados, que olhos atentos procuram pássaros, frutas, formatos de nuvens e ouvem histórias.
O quintal da Escola é essa mistura de histórias, criações e possibilidades.
Práticas Agroflorestais
A Agrofloresta é um sistema de produção de origem milenar, que alia a preservação do meio ambiente com a produção de alimentos, replicando o que a natureza já faz – solo coberto pela vegetação, diversos tipos de plantas juntas, misturadas, sem uso de venenos, pois as “pragas” são tratadas a partir do plantio de espécies que acabam com o problema, por exemplo.
Ter uma agrofloresta no terreno da escola é uma escolha que revela nosso compromisso com uma ampla mudança de relação com a natureza e com o alimento.A agrofloresta ensina aos estudantes e adultos não apenas sobre plantio e colheita, mas também sobre tempo, sobre a constância necessária nos cuidados e sobre respeito.Temos a agrofloresta como conteúdo do currículo. Nas aulas, as crianças aprendem sobre os preparos de canteiros, sobre sementes, abelhas, produção de mudas, importância das águas e sobre o território que ocupamos.
Cada linha de agrofloresta que plantamos é um espaço que se abre para semear o mundo que sonhamos.